Prévia do PIB do Banco Central registra primeira queda em dois anos com retração de 0,9% no 3º trimestre
Contração econômica ocorre em contexto de elevação da taxa Selic para 15% ao ano visando controle da inflação; dado oficial do IBGE será divulgado em dezembro
ECONOMIAPOLÍTICA


O Banco Central (BC) informou nesta segunda-feira (17) que o Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), considerado a "prévia" do Produto Interno Bruto (PIB), registrou retração de 0,9% no terceiro trimestre de 2025. A informação foi divulgada pelo g1 com base em dados oficiais da autoridade monetária.
Primeira contração trimestral desde 2023
O resultado divulgado pelo Banco Central foi calculado após ajuste sazonal — uma espécie de "compensação" estatística para permitir comparações entre períodos diferentes. A análise foi feita em relação ao segundo trimestre de 2025.
Segundo informações reportadas pelo g1, o dado divulgado nesta segunda-feira mostra a primeira contração da economia trimestral em dois anos.
A última queda do indicador de atividade do BC havia ocorrido no terceiro trimestre de 2023, quando foi registrado um recuo de 0,5%, conforme dados históricos da instituição.
Contexto de alta dos juros para conter inflação
A primeira retração do índice de atividade econômica da autoridade monetária acontece em meio a uma trajetória de elevação da taxa básica de juros com o objetivo de conter as pressões inflacionárias, segundo análise publicada pelo g1.
Atualmente, a taxa Selic está fixada em 15% ao ano — o maior nível em quase dois anos. De acordo com projeções de analistas do mercado financeiro reportadas pelo g1, o início do ciclo de redução dos juros está previsto apenas para janeiro de 2026.
Contração em todos os setores da economia
Os dados do Banco Central indicam uma retração da atividade nos três principais setores da economia brasileira no terceiro trimestre deste ano, sendo o maior impacto registrado na agropecuária.
Segundo informações divulgadas pelo g1, veja abaixo o desempenho setor por setor:
Agropecuária: -4,5%
Indústria: -1,0%
Serviços: -0,3%
Agropecuária lidera perdas
A retração de 4,5% no setor agropecuário foi o principal fator para a queda geral do índice de atividade. Esse desempenho negativo pode estar relacionado a fatores climáticos, sazonalidade da produção e condições de mercado para commodities agrícolas.
Indústria também recua
O setor industrial registrou contração de 1%, refletindo possíveis impactos do aumento dos juros sobre investimentos produtivos e da redução no consumo de bens duráveis pela população.
Serviços apresenta menor queda
O setor de serviços, que responde por cerca de 70% do PIB brasileiro, teve a menor retração entre os três setores, com queda de 0,3%. Esse desempenho relativamente melhor ajudou a amortecer a contração geral da economia.
Diferença entre IBC-Br e PIB oficial
O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e serve para medir a evolução da economia. Segundo informações do g1, o resultado oficial do período, calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), será divulgado em 4 de dezembro.
Projeções para o crescimento em 2025
De acordo com dados do Boletim Focus reportados pelo g1, o mercado financeiro estima uma taxa de crescimento do PIB de 2,16% em 2025, contra 3,4% registrado no ano anterior.
O próprio Banco Central projeta uma expansão de 2% para a economia brasileira neste ano, segundo informações divulgadas pelo g1.
O que significa crescimento ou queda do PIB
Conforme explicação publicada pelo g1:
Se o PIB cresce: significa que a economia vai bem e produz mais
Se o PIB cai: quer dizer que a economia está encolhendo, com consumo e investimento total menores
Entretanto, nem sempre o crescimento do PIB equivale automaticamente a bem-estar social, uma vez que é necessário analisar como essa riqueza é distribuída entre a população.
Desaceleração é estratégia do Banco Central
A desaceleração da atividade econômica é algo deliberadamente buscado pelo Banco Central para tentar conter as pressões inflacionárias e trazer as projeções de preços para a meta de 3% ao ano, segundo análise do g1.
Taxa Selic como instrumento principal
Para alcançar esse objetivo, o principal instrumento da autoridade monetária é a taxa básica de juros. Atualmente, a Selic está em 15% ao ano — o maior patamar em quase 20 anos, conforme reportado pelo g1.
Posicionamento oficial do BC
"Endossando o cenário esperado do Comitê até aqui, há uma moderação gradual da atividade em curso, certa diminuição da inflação corrente e alguma redução nas expectativas de inflação", informou o Banco Central na semana passada, por meio da ata do Copom (Comitê de Política Monetária), conforme divulgado pelo g1.
Economia ainda opera acima do potencial
Na ata da última reunião do Copom, segundo informações do g1, o BC também informou que o chamado "hiato do produto" segue positivo.
Isso significa que, apesar da retração trimestral, a economia brasileira continua operando acima do seu potencial de crescimento sustentável sem pressionar a inflação — o que justifica a manutenção dos juros em patamar elevado.
Desempenho no mês de setembro
De acordo com dados do Banco Central reportados pelo g1, em setembro de 2025, na comparação com o mês anterior, o IBC-Br registrou uma contração de 0,2%.
Com esse resultado, houve piora na comparação com agosto, quando o indicador havia apresentado crescimento de 0,4%.
Comparação anual permanece positiva
Já na comparação com setembro de 2024, a chamada prévia do PIB do BC teve alta de 2% (sem ajuste sazonal), segundo informações divulgadas pelo g1.
Acumulado de 2025 e últimos 12 meses
Ainda segundo o Banco Central, conforme reportado pelo g1:
O IBC-Br apresentou crescimento de 2,6% na comparação com os nove primeiros meses de 2024
Em 12 meses até setembro, a expansão foi de 3%
Nesses casos, o índice foi calculado sem ajuste sazonal.
Diferenças entre PIB e IBC-Br
Os resultados do IBC-Br são considerados a "prévia do PIB", porém o cálculo do Banco Central difere metodologicamente do cálculo realizado pelo IBGE, conforme explicação publicada pelo g1.
Metodologia do IBC-Br
O indicador do BC incorpora estimativas para:
Agropecuária
Indústria
Setor de serviços
Impostos
O que o IBC-Br não considera
Segundo o g1, o IBC-Br não considera o lado da demanda da economia, aspecto que é incorporado no cálculo oficial do PIB realizado pelo IBGE.
Essa diferença metodológica pode resultar em divergências entre os dois indicadores, embora geralmente apresentem tendências similares.
Importância do IBC-Br para a política monetária
O IBC-Br é uma das ferramentas fundamentais utilizadas pelo Banco Central para definir a taxa básica de juros do país, conforme informações do g1.
Relação entre crescimento e juros
Com o maior crescimento da economia, por exemplo, pode haver mais pressão inflacionária, o que contribuiria para adiar ou conter a queda dos juros.
Por outro lado, uma desaceleração mais acentuada pode abrir espaço para que o BC inicie o ciclo de redução da Selic mais cedo do que o previsto.
Expectativas para o 4º trimestre
Com a retração no terceiro trimestre, analistas do mercado financeiro aguardam com atenção os dados do quarto trimestre para avaliar se a desaceleração da economia se aprofundará ou se haverá recuperação nos últimos meses do ano.
Fatores como o desempenho das vendas de final de ano, safra agrícola e continuidade da política de juros altos serão determinantes para o resultado do último trimestre de 2025.
Impacto social da desaceleração
Embora a desaceleração da economia seja uma estratégia deliberada do Banco Central para controlar a inflação, ela traz consequências para a população, incluindo:
Menor criação de empregos
Possível aumento do desemprego
Redução do crescimento da renda
Menor acesso a crédito devido aos juros altos
Impacto no consumo das famílias
O desafio da autoridade monetária é encontrar o equilíbrio entre controlar a inflação e evitar uma recessão econômica mais profunda.
Aguardando dados oficiais do IBGE
O mercado e analistas econômicos aguardam agora a divulgação dos dados oficiais do PIB pelo IBGE em 4 de dezembro para confirmar a tendência indicada pelo IBC-Br e obter um quadro mais completo do desempenho da economia brasileira no terceiro trimestre de 2025.
Fontes: g1, Banco Central do Brasil, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Comitê de Política Monetária (Copom), Boletim Focus
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